Frequentemente
encontramos menção às movimentações políticas como “o xadrez da política”. Que injustiça! O jogo de Xadrez, nobre, sinônimo de inteligência,
rico em histórias e lendas, que tem como fundamentos o tabuleiro mosaico de 64
casas harmoniosamente alternadas em pretas e brancas, as peças com suas
atribuições individualmente definidas em movimentos específicos aceitos e valorizadas
pelo que são e pela diferença que podem fazer.
No tabuleiro do xadrez, peças divididas em dois grupos idênticos, de
cores distintas e em posições opostas, pronto! Podemos começar o jogo, que ao
ser desenvolvido faz surgir nos praticantes virtudes que raramente se mostram
na atividade política: planejamento, transparência, respeito mútuo, igualdade
de oportunidades, hierarquia e outras mais.
Na
política é diferente. Embora usado com frequência, o termo ‘tabuleiro’ não se
aplica. No ambiente político o jogo geralmente praticado assemelha-se ao
pôquer. Jogo em que alguém sempre tem as
cartas e as distribui de forma velada. Os participantes blefam e às vezes
trapaceiam, pedindo cartas que não precisam ou escondendo “carta na manga”, à
espreita de uma oportunidade de ganhar, mesmo que de forma ilícita. Não raro se
desesperam e apostam tudo que têm para conquistar cada vez mais. No pôquer,
vitória de um significa sempre a ruína de outros e muitas vezes os efeitos de
uma derrota se estende para além do ambiente de jogo se tornando motivo de
brigas e até tragédias.
Meu
desafio pessoal na política é contribuir para que as práticas se transformem, em
práticas equivalentes à do xadrez. Jogo
em que, quem perde aprende e, com dedicação e estudo, pode se tornar vencedor. Pretendo que os debates contribuam para que as
partes envolvidas aprendam e acentuem suas habilidades como quem joga xadrez. Desejo
contribuir para que a nossa sociedade desenvolva seu potencial de crescimento
econômico e social e que junto avance em seus valores cívicos, assim como são
as tratativas de uma partida de xadrez. Que o mérito do esforço e da
inteligência faça a diferença que está sabiamente exemplificada no jogo de
xadrez, na possibilidade do simples peão ser coroado ao final de uma jornada em
que tenha vencido legitimamente os obstáculos.
DANiEL R. POiT
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